Minha foto
Umuarama, Paraná, Brazil
Arquiteta Especialista em Design de Interiores, apaixonada por arquitetura, arte, moda, música, design e cinema. É parte integrante do Corpo Docente da UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE, no curso de Arquitetura e Urbanismo. Seu escritório está localizado na Av. Maringá, 5046 - Edifício Ravel Tower, na cidade de Umuarama, no Paraná. A arquiteta prima por projetos sofisticados, exclusivos e adaptados às mais diversas necessidades de seus clientes.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre Cores

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explica sobre o significado psicológico das cores.

Até a época vitoriana, as paletas de cores eram utilizadas com muita cautela pelos designers de interiores, sofrendo um desenvolvimento lento e gradual, tanto em relação às cores na arquitetura, como na confecção de roupas e design de produtos. Porém, com a explosão das indústrias, do comércio mundial, e do rico repertório adquirido através de viagens e riquezas pessoais, arquitetos e designers passaram a colorir mais os ambientes, proporcionando experiências interessantes para os usuários.




                                        Fonte: http://www.violetdesigns.co.uk/

Segundo FARINA, a cor vermelha nos traz referência com a alimentação, assim como com energia e fluxo (sangue), além de acolhimento (fraternidade). Por ser uma cor que interfere em nosso sistema nervoso, é comum os usuários sentirem-se excitados e atraídos. É signo de força, energia, emoção, vitalidade, impacto, avidez, sensualidade. Na arquitetura deve ser utilizado com cautela, pois quando aplicado em grandes áreas, o vermelho pode causar estresse, irritação ou até mesmo claustrofobia. Estudos psicológicos ainda afirmam que, o vermelho pode estimular a agressividade e causar discussões fervorosas!












A cor laranja tem origem na Índia e é considerada uma cor que possui aroma. Segundo a psicologia, laranja é uma cor que estimula os usuários a se despertar para seus potenciais, defender seus pontos de vista e adquirir confiança. É signo de criatividade, transformação, divertimento, humor, otimismo e aconchego. Deve ser utilizada com cuidado em usuários que se estressam ou agitam facilmente.





















O amarelo é uma cor quente e expansiva, ligada ao brilho do sol, trazendo alegria, espontaneidade, poder, dinamismo e impulsividade. Matizes puros e vivos dessa cor devem ser evitados em ambientes pequenos, pois podem estimular demais nosso cérebro e causar irritação. A cor amarela é freqüentemente utilizada em quartos infantis, por simbolizar felicidade, iluminação e divertimento.




















O verde é a cor do equilíbrio, da tranqüilidade, da harmonia e da fertilidade. É um sedativo que dilata os vasos capilares e tem efeito de reduzir a pressão sanguínea, por isso é muito utilizado em ambientes de relaxamento. Em alguns casos, a cor resolve problemas de fatiga nervosa e insônia. O verde sugere umidade, calma, frescor, esperança, amizade, além de todas as ligações com a natureza e ecologia. Quando utilizado em locais mais dinâmicos, associe-o com sua cor complementar: laranja.


















Segundo PASTOUREAU E HELLER, a cor azul é a preferida por mais da metade da população ocidental por referir-se à simpatia, harmonia, amizade e confiança. Azul é a cor do mar, do céu, do divino, do eterno e justamente por ter ligação com o infinito, causa uma sensação de abertura, expansão. É muito recomendada para locais de descanso, pois favorece atividades intelectuais e meditação.



















Violeta é diminutivo do provençal antigo viola. Quando utilizado em tons claros favorece a atmosfera suave e feminina, além de ajudar na auto-estima, tranqüilizar e refrescar. Em tons escuros simboliza misticismo, sofisticação. Porém, deve ser usado com cautela, pois tons fortes podem deprimir e levar os usuários à introspecção. Na arquitetura, deve ser evitado em ambientes onde se realizem atividades que exijam dinamismo.

















Ao marrom se associa a cor da terra, da fecundidade. É signo de natural, repouso, e por ser considerado um tom neutro, não cansa a vista. Essa cor deixa os ambientes com uma atmosfera requintada e elegante, além de ser ótimo para ser utilizado como “pano de fundo” de uma composição e destacar elementos ou peças interessantes.




















Apesar de não ser considerado propriamente uma cor, o branco promove uma atmosfera de limpeza, simplicidade e higiene. Na cultura ocidental simboliza a vida, o bem, a pureza, a virgindade, a inocência e a paz. Já para os orientais, o branco é a morte, o fim, o medo, o nada. Na arquitetura é muito utilizada para ampliar espaços e aumentar distâncias. Por ser considerada a “cor” do vazio interior, da carência afetiva e da solidão, a Organização Mundial de Saúde para as Instituições Hospitalares não recomenda que as paredes dos ambulatórios e os quartos dos internos sejam totalmente brancos, pois a exposição prolongada dos usuários em ambientes totalmente brancos tende a acentuar neles caracteres esquizóides.




















O preto é a ausência de luz e também não é considerado uma cor. Vem do latim niger (escuro, preto, negro). Pode ter conotação de nobreza, seriedade, elegância, sofisticação, excentricidade, como também é signo de depressão, renúncia, entrega, abandono, introspecção, tristeza. Na arquitetura o preto ajuda a criar contrastes para dramatizar e realçar a saturação de outras cores.

















Como visto, as cores constituem-se de estímulos psicológicos para a sensibilidade do homem, fazendo com que cada experiência transforme-se em associações agradáveis ou não, influindo também na preferência de cada um.