Minha foto
Umuarama, Paraná, Brazil
Arquiteta Especialista em Design de Interiores, apaixonada por arquitetura, arte, moda, música, design e cinema. É parte integrante do Corpo Docente da UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE, no curso de Arquitetura e Urbanismo. Seu escritório está localizado na Av. Maringá, 5046 - Edifício Ravel Tower, na cidade de Umuarama, no Paraná. A arquiteta prima por projetos sofisticados, exclusivos e adaptados às mais diversas necessidades de seus clientes.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre Design de Cadeiras

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explora sobre o design de cadeiras, sua diversidade e a natureza de suas ligações.

Olá meus queridos leitores. Antes de mais nada gostaria de desejá-los um Feliz 2011. Bem, começo o ano explorando um tema pela qual, como qualquer arquiteto, sou extremamente apaixonada: Cadeiras!



Projetada por Charles e Ray Eames em 1948, a poltrona La Chaise foi concebida para a competição do "Organic Design in Home Furniture" ou seja, o Design orgânico dos móveis residenciais, no Museu de Arte Moderna de Nova York. A poltrona é tão interessante que serve ao mesmo tempo para sentar ou deitar devido às suas formas ergonômicas. Clean, moderna, funcional, lúdica, elegante, sofisticada e simples! Impossível definir esta poltrona apenas com uma palavra!

A cadeira é uma das peças mais estudada, produzida e criada durante toda a história da evolução do design. Além disso, é o artefato sobre o qual mais se escreveu e que mais é apreciado pelos usuários. Mas por que será que esse objeto é tão importante em nossas vidas?

Projetada pelo designer argentino Batti, esta cadeira chama-se placentero. Ela foi nomeada assim justamente por aconchegar tão bem a pessoa e fazer uma alusão à placenta. O designer afirma que desenvolveu vários estudos sobre a experiência dos seres humanos antes do nascimento  Não é demais?

Segundo Charlotte e Peter Fiell “ao nível funcional, a cadeira cria ligações físicas e psicológicas com o indivíduo que nela senta através da sua forma e uso de materiais. Ao mesmo tempo, pode incorporar significados e valores ligados ao utilizador a nível intelectual, emocional, estético, cultural e até espiritual.”


Com design de Eero Aarnio e denominada Bubble Chair ou "Cadeira Bolha", esta cadeira é mais uma criação fantástica, funcional, confortável e super style!


Desta forma, percebe-se que a cadeira não é apenas um mero mobiliário de sentar, mas pode se tornar uma peça que nos permite criar vínculos afetivos, transmitindo e repassando sentimentos e emoções.

Projetada pela designer Baba Vacaro, a poltrona Mandacaru consiste em 6 almofadas unidas como pétalas de flor. Uma ideia simples e extremamente interessante.


Além do mais, no design de cadeiras, um dos assuntos interessantes é o conceito de suas ligações, já que nenhum outro tipo de mobiliário possibilita criar ligações entre elementos de forma tão diversificada. E, devido a esse fato, os designers e as indústrias investem no projeto e produção de cadeiras mais do que em qualquer outro tipo de móvel.

Projetada por Verner Panton em 1960 a Panton Chair é uma cadeira super clássica do design moderno! Uma curiosidade: foi o primeiro modelo moldado por injeção de um só material em uma só peça.

Fiell ainda afirma que “o sucesso de uma determinada cadeira sempre dependeu da qualidade e da gama de ligações que ela cria, ou daquilo que o designer consegue fazer através dela, atendendo a uma necessidade específica.”

A cadeira Coconut foi projetada por George Nelson em 1955 e é outro ícone do design internacional. Curiosidade: como sugere seu nome "Coco", sua forma foi inspirada na secção de um coco partido.


Já Frederick S. diz: “as ligações, as ligações. Serão no final estes pormenores que dão vida ao produto”.


Esta poltrona é uma opção ecológica super bacana. O nome dela? Poltrona Sushi projetada por Fernando e Humberto Campana. Ela é feita de poliuretano, EVA, feltros, plásticos e sobras de tecido.

J. & M. Neuhart afirmam que “eventualmente tudo se liga – pessoas, ideias, objetos, etc.,... a qualidade das ligações é a chave para a qualidade por si própria.”

Projetada em 1938 por Jorge Ferrari Hardoy, Juan Kurchan e Antonio Bonet, a poltrona Butterfly exibe todo o seu charme e a sua delicadeza nas mais diversas capas com estampas exclusivas.

Em um sentido mais amplo, o design de cadeiras liga-se a diferentes ideologias, abordagens de fabricação e fatores econômicos. A cadeira também pode realizar ligações visuais e funcionais de acordo com o contexto a ser utilizado, incluindo até mesmo outros objetos e estilos. Mas, a ligação principal que a cadeira, o designer e o fabricante proporcionam é a universalidade de atração da cadeira e o impacto ambiental da sua construção, uso e possível venda.

Outra poltrona extraordinária é a Wassily, projetada por Marcel Breuer. Dá pra acreditar que um design tão moderno como este foi projetado em 1925? Curiosidade: a poltrona recebeu este nome pois foi desenhada especialmente para o apartamento do pintor Wassily Kandisky na Bauhaus (Escola de Arte, Design e Arquitetura na Alemanha).


Ao longo dos últimos 150 anos, a evolução da cadeira se desenvolveu juntamente com a arquitetura e a tecnologia, refletindo as necessidades e preocupações da sociedade. Como disse George Nelson em 1953 “todas as ideias verdadeiramente originais – todas as inovações no design, todas as novas aplicações de materiais, todas as invenções técnicas para o mobiliário – parecem encontrar a sua expressão mais importante na cadeira.”

Projetada originalmente em 1917 com acabamento em madeira natural, a revolucionária cadeira "Red and Blue" projetada por Gerrit Rietveld apareceu pintada desta forma em 1921 como resultado da sua associação ao movimento artístico De Stijl.

Na atualidade este fato acaba sendo expresso através de cadeiras ergonomicamente confortáveis, refinadas e com acabamento cada vez mais perfeito. Em se tratando de cadeiras de escritório, por exemplo, o mercado acompanha os constantes avanços técnicos impostos por leis e normas relativas à saúde, segurança e bem-estar do usuário trabalhador.

Projetada por Arne Jacobsen em 1957, a poltrona "Egg" é o resultado da extensa pesquisa de Jacobsen no campo da leveza e das formas fluidas que requeriam um mínimo possível de acolchoamento para obter conforto. Curiosidade: a cadeira foi originalmente desenhada para o Royal SAS Hotel em Copenhagen.


De acordo com a grande maioria dos designers, conseguir uma boa solução para os problemas impostos pela cadeira é um desafio complexo já que, as cadeiras devem suportar pessoas de forma e tamanho variado, por períodos de tempo diferentes e por motivos diversos, seja para comer, ler, descansar, trabalhar, esperar, escrever ou estudar.

A cadeira "Ant" - formiga - foi projetada em 1951 por Arne Jacobsen. Ela foi desenvolvida em contraplacado moldado e atingiu um caráter de afirmação visual que teve e continua tento o maior sucesso.

Assim, cada posição de assento adquire seu próprio grau de significado social e grupo de convenções, incluindo as limitações ortopédicas. Para se ter uma ideia, na maioria dos casos, a cadeira suporta adequadamente o peso de quem a usa a uma determinada altura para que as pernas mantenham-se penduradas e os pés fiquem ao chão. “Nesta posição de assento convencional, o peso da cabeça e do torso é descarregado na pélvis e nas ancas”, afirma Fiell.

A poltrona Floris com design de Gunter Beltzig, foi lançada na Feira de Mobiliário de Colônia em 1966, sendo a primeira cadeira de uma só peça de plástico adaptada à produção em massa. Curiosidade: a cadeira explora ao máximo o potencial da fibra de vidro, e por meio de 2 moldes o ciclo de produção demorava em torno de apenas 5 minutos!

Porém, um dos maiores problemas com relação às cadeiras diz respeito à relação física de seu assento, nos obrigando muitas vezes a trocar de posição em uma média de 10 ou 15 minutos. Desta forma, “quanto mais exata for a forma da cadeira para proporcionar um suporte estático e postura (ideais) para uma estrutura humana média, mais ela garante o desconforto, e assim o stress psicológico das pessoas com anatomia fora da média ou daqueles que não querem assumir essa postura específica. Será, por isso, seguro dizer que, apesar de a capacidade de encontrar apoio lombar correto ser importante, especialmente em cadeiras de escritório, não é tão crucial como o fato de a cadeira permitir um movimento livre das pernas do utilizador e que este possa fazer ajustes frequentes de postura”, diz Charlote.


A pantower foi criada por Verner Panton em 1968 para a Exposição Visiona II.
Curiosidade: A cadeira foi considerada em certos meios no final dos anos 60, não como equipamento para a casa, mas como suporte para relações interativas.

Portanto, para uma posição de assento mais confortável e saudável, a cadeira deve permitir a liberdade de movimento e a variedade de posturas. E, apesar dessas considerações técnicas sobre a estrutura da cadeira, o mais interessante é a ligação que o usuário pode manter de forma física e psicológica de acordo com contextos culturais diferentes, sendo muitas vezes adquiridas por razões de ordem simbólica, estética e de moda.

Cadeira Anêmona, projetada pelos irmãos Campana em 2000. Além da forma, os materiais utilizados também são totalmente inovadores.

3 comentários:

  1. Michelle,

    Também amo cadeiras, mas a poltrona egg é meu sonho de consumo.
    Quero uma roxa!

    www.pensandoadecoracao.blogspot.com

    ResponderExcluir
  2. Belo passeio virtual acabo de fazer!
    Parabéns!

    ResponderExcluir
  3. Olá, Michelle. Tudo bem?

    Adorei seu blog, já estou seguindo.

    Essas cadeiras são lindas, adoro todas e os designers também. A Panton e a Egg são minhas prediletas.

    Beijos.

    Gi.
    http://gbazani.blogspot.com

    ResponderExcluir