Minha foto
Umuarama, Paraná, Brazil
Arquiteta Especialista em Design de Interiores, apaixonada por arquitetura, arte, moda, música, design e cinema. É parte integrante do Corpo Docente da UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE, no curso de Arquitetura e Urbanismo. Seu escritório está localizado na Av. Maringá, 5046 - Edifício Ravel Tower, na cidade de Umuarama, no Paraná. A arquiteta prima por projetos sofisticados, exclusivos e adaptados às mais diversas necessidades de seus clientes.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre Minimalismo

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explora sobre os conceitos e as facetas do estilo minimalista. Afinal, o minimalismo é o mínimo ou o máximo?

O termo minimalismo refere-se a vários movimentos artísticos e culturais, que marcou profundamente a base da criatividade dos artistas do século XX. A palavra foi aplicada pela primeira vez para designar o movimento artístico desenvolvido no final da década de 60, nos Estado Unidos, como uma reação contra a subjetividade e a abstração expressionista, além da oposição a ganância da sociedade daquela época. Justamente por esses motivos, o minimalismo trabalha a arte como uma redução ao mínimo, em relação ao número de cores, valores, formas, linhas e texturas.


Porém, muito além do conceito de mínimo, o minimalismo é concebido para ampliar a essência do que é realmente importante, destacando apenas o ponto focal da criação. Simplicidade, geometria, honestidade, universalidade, síntese, claridade, precisão, e aplicação de novas tecnologias e materiais, marcam esse estilo que é inteiramente ligado ao movimento moderno.



E, falando de arquitetura, como um ambiente tão simples pode ser tão rico e significar tanto? É difícil explicar, mas a pureza e a “limpeza” da forma simplesmente encantam alguns usuários adeptos a mais que um conceito, um estilo de vida.


Na verdade, para nós brasileiros, é complicado aceitar e captar essa essência sintética, pois nossa sociedade foi “educada” para mostrar sua riqueza através da quantidade, do volume, da grandeza, do exagero e não por meio da qualidade aliada à simplicidade. Não que isso seja pejorativo, mas faz parte da nossa cultura, da nossa raiz latina, cheia e rica de elementos.


Todavia, devemos considerar que não se cria ou se faz minimalismo, se é minimalista, se nasce deste modo. A cultura japonesa é para nós, um exemplo vivo e interessante. Assinalada como símbolo do essencial, o estilo Zen procura eliminar todas as coisas supérfluas, buscando a simplicidade, que segundo a filosofia budista, gera maior concentração e apreciação intensa de tudo que nos rodeia, tornando-se assim, o sonho minimalista do século XXI.
 

Contrário a ideia da estética pela estética, a arte minimalista faz uso do silêncio, da repetição, da tranqüilidade e do vazio. Identificado pela construção sem excessos, pelo uso de cores neutras, materiais industriais modernos, pela ausência de adereços e adornos desnecessários, esse “estilo arquitetônico” pode a princípio nos trazer uma imagem de um ambiente “frio” e desconfortável, em que a estética sacrifica o conforto. Por esse motivo, vários profissionais que adotaram esse estilo não concordam com a denominação “minimalista” e não admitem seu uso abertamente, já que o termo é muito polêmico entre eles. Mies van der Rohe, Álvaro Siza, Paulo Mendes da Rocha, Luis Barragan e Tadao Ando, são alguns exemplos de arquitetos minimalistas que se inspiraram no conceito de “menos é mais”.




Agora, respondendo ao questionamento desse artigo, o minimalismo consegue ser mínimo e máximo ao mesmo tempo. Mínimo em formas, em distrações não necessárias no espaço, em elementos supérfluos, e ao mesmo tempo, é o máximo em equilíbrio, harmonia, simplicidade e qualidade do espaço.



E para finalizar esse artigo, termino com uma frase do designer Ou Baholyodhin: “Há duas maneiras de alcançar o prazer e a felicidade. Uma maneira é destacar a beleza sensual de tudo que nos rodeia. A outra é eliminar tudo que pode espalhar a sombra e a escuridão sobre a mesma.”


Nenhum comentário:

Postar um comentário