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Umuarama, Paraná, Brazil
Arquiteta Especialista em Design de Interiores, apaixonada por arquitetura, arte, moda, música, design e cinema. É parte integrante do Corpo Docente da UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE, no curso de Arquitetura e Urbanismo. Seu escritório está localizado na Av. Maringá, 5046 - Edifício Ravel Tower, na cidade de Umuarama, no Paraná. A arquiteta prima por projetos sofisticados, exclusivos e adaptados às mais diversas necessidades de seus clientes.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre pisos de madeira

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini esclarece algumas dúvidas mais comuns sobre pisos de madeira.

No momento em que se chega à fase da escolha de acabamentos em uma construção surgem sempre muitas dúvidas sobre qual o melhor tipo de produto a ser aplicado, de acordo com as necessidades de cada usuário.

E quando o assunto é relativo ao tipo de piso, não poderia ser diferente. A hesitação é constante e a dúvida toma conta do usuário: madeira ou piso cerâmico? Laminado ou porcelanato? Cimento queimado ou tijolo? Pastilha de vidro ou pedra?

Não é a toa que o usuário fique confuso. Sem uma orientação profissional muitas vezes fica difícil realizar a melhor escolha, pois atualmente há inúmeras opções no mercado.

É sempre um prazer “vestir” a casa, porém deve se levar em conta a durabilidade dos produtos, a facilidade na manutenção, os cuidados na instalação e o custo.

Com o intuito de esclarecer alguns questionamentos dos usuários, nesta matéria a madeira torna-se a rainha dos pisos.




A madeira traz aconchego e beleza ao ambiente, porém o conforto tem seu preço: exige a correta escolha da espécie, sua proteção contra umidade e uma manutenção contínua.

Podemos dizer que tradicionalmente madeira não combina com água. Por isso, seu uso constante se dá nos ambientes internos, como salas, quartos, escritórios, recepções. Entretanto, isso não quer dizer que a madeira não possa ser utilizada em áreas molhadas, como cozinhas, banheiros e decks de piscinas.


  
Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima

A madeira até pode entrar em contato com a água, desde que por pouco tempo, para não abrir caminho para fundos e bactérias. É importante o arquiteto projetar corretamente esses ambientes, criando condições para a madeira secar rapidamente. Muitas vezes, boas condições de ventilação são suficientes para solucionar o problema. No caso dos decks que ficam expostos às intempéries, é fundamental a aplicação de stain ou óleo de linhaça a cada 2 anos.

O consultor Armando Gonzaga, de Florianópolis afirma que “geralmente, as madeiras de cores muito fortes tem boa resistência porque são bastante impregnadas de seiva. É o caso do ipê, do jatobá, da sucupira, do amarelinho e do roxinho”.





Tratando-se de pisos em madeira, devemos entender que quanto menor a peça, menor a chance de dilatação e contração, e por conseqüência, menor empenamento. As vantagens das dimensões pequenas são os preços econômicos, pois a matéria prima torna-se mais aproveitada. Para esses casos, as espécies mais utilizadas são: jatobá, ipê, cumaru, perobinha e tacos de eucalipto e os tipos de pisos que podem ser adotados: parquê, tacos, assoalhos e decks.





Quanto à manutenção, os fabricantes afirmam que uma vassoura de pêlo e aspirador de pó são suficientes para manter o piso limpo. Panos úmidos torcidos não são admitidos, pois a madeira pode absorver água, inchar e com o tempo adquirir uma aparência “craquelada”.


Se bem cuidados, os pisos de madeira podem durar por muitos anos, mas desista deles se você for um usuário que faça questão de lavar o chão ou se não tiver tempo de esperar a cura de 30 dias do contrapiso de concreto.


terça-feira, 24 de agosto de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre Minimalismo

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explora sobre os conceitos e as facetas do estilo minimalista. Afinal, o minimalismo é o mínimo ou o máximo?

O termo minimalismo refere-se a vários movimentos artísticos e culturais, que marcou profundamente a base da criatividade dos artistas do século XX. A palavra foi aplicada pela primeira vez para designar o movimento artístico desenvolvido no final da década de 60, nos Estado Unidos, como uma reação contra a subjetividade e a abstração expressionista, além da oposição a ganância da sociedade daquela época. Justamente por esses motivos, o minimalismo trabalha a arte como uma redução ao mínimo, em relação ao número de cores, valores, formas, linhas e texturas.


Porém, muito além do conceito de mínimo, o minimalismo é concebido para ampliar a essência do que é realmente importante, destacando apenas o ponto focal da criação. Simplicidade, geometria, honestidade, universalidade, síntese, claridade, precisão, e aplicação de novas tecnologias e materiais, marcam esse estilo que é inteiramente ligado ao movimento moderno.



E, falando de arquitetura, como um ambiente tão simples pode ser tão rico e significar tanto? É difícil explicar, mas a pureza e a “limpeza” da forma simplesmente encantam alguns usuários adeptos a mais que um conceito, um estilo de vida.


Na verdade, para nós brasileiros, é complicado aceitar e captar essa essência sintética, pois nossa sociedade foi “educada” para mostrar sua riqueza através da quantidade, do volume, da grandeza, do exagero e não por meio da qualidade aliada à simplicidade. Não que isso seja pejorativo, mas faz parte da nossa cultura, da nossa raiz latina, cheia e rica de elementos.


Todavia, devemos considerar que não se cria ou se faz minimalismo, se é minimalista, se nasce deste modo. A cultura japonesa é para nós, um exemplo vivo e interessante. Assinalada como símbolo do essencial, o estilo Zen procura eliminar todas as coisas supérfluas, buscando a simplicidade, que segundo a filosofia budista, gera maior concentração e apreciação intensa de tudo que nos rodeia, tornando-se assim, o sonho minimalista do século XXI.
 

Contrário a ideia da estética pela estética, a arte minimalista faz uso do silêncio, da repetição, da tranqüilidade e do vazio. Identificado pela construção sem excessos, pelo uso de cores neutras, materiais industriais modernos, pela ausência de adereços e adornos desnecessários, esse “estilo arquitetônico” pode a princípio nos trazer uma imagem de um ambiente “frio” e desconfortável, em que a estética sacrifica o conforto. Por esse motivo, vários profissionais que adotaram esse estilo não concordam com a denominação “minimalista” e não admitem seu uso abertamente, já que o termo é muito polêmico entre eles. Mies van der Rohe, Álvaro Siza, Paulo Mendes da Rocha, Luis Barragan e Tadao Ando, são alguns exemplos de arquitetos minimalistas que se inspiraram no conceito de “menos é mais”.




Agora, respondendo ao questionamento desse artigo, o minimalismo consegue ser mínimo e máximo ao mesmo tempo. Mínimo em formas, em distrações não necessárias no espaço, em elementos supérfluos, e ao mesmo tempo, é o máximo em equilíbrio, harmonia, simplicidade e qualidade do espaço.



E para finalizar esse artigo, termino com uma frase do designer Ou Baholyodhin: “Há duas maneiras de alcançar o prazer e a felicidade. Uma maneira é destacar a beleza sensual de tudo que nos rodeia. A outra é eliminar tudo que pode espalhar a sombra e a escuridão sobre a mesma.”


sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre Cozinhas

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explica sobre como ocorreu a evolução das cozinhas ao longo do tempo até se transformarem nos atuais espaços gourmet.

Segundo a enciclopédia virtual Wikipédia, a cozinha é uma divisão da casa especificamente usada para o preparo da comida, e seu desenvolvimento está intrinsecamente ligado com o progresso da capacidade de preparar os alimentos no fogão. Até o século XVIII, a fogueira era a única maneira de esquentar os mantimentos, e a arquitetura da cozinha se reflete nesse fator. Mais tarde, entre a metade do século XVIII e XIX, quando avanços técnicos trouxeram novas formas de aquecer as iguarias, arquitetos tiraram vantagem da recém-adquirida flexibilidade para trazer mudanças fundamentais para a cozinha.


Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima

Uma curiosidade interessante da época é que a água da torneira tornou-se gradualmente disponível somente durante a industrialização; pois antes, ela tinha que ser adquirida através do poço mais próximo e esquentada na cozinha.

Com a evolução tecnológica, os novos conceitos da cozinha se estenderam ao simples ato de cozinhar. Praticidade, acolhimento, integração e funcionalidade podem ser consideradas a síntese da cozinha moderna. Atualmente, esse ambiente versátil tem o poder de tornar-se o centro de outras atividades e, em muitos casos, chega a ser o cômodo preferido dos usuários, o “coração da casa”.

Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima


Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima


Também chamado de “espaço gourmet”, a cozinha pode transformar-se em um palco do prazer, através do preparo das refeições, e começar atender a uma platéia, composta por amigos e familiares. Para que isso se torne possível, esse espaço deve ser criado junto à sala de jantar ou ao living, acomodando melhor os convidados. Essa integração permite aos usuários que estão aguardando a refeição, a possibilidade de assistir televisão, ouvir uma boa música e se entreter, ou mesmo conversar com o mestre cook. Quando a cozinha for pequena e não permitir essa integração com outros ambientes, pode-se tirar proveito da bancada para colocar alguns bancos ou cadeiras para acomodar os usuários.

Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima

A ilha de trabalho é outro elemento essencial, em que modernos fogões elétricos (essencialmente os que oferecem chamas bem fortes para preparos rápidos e bem baixas para cozimentos longos), um bom forno (dê preferência àqueles que mantenham a temperatura interna sem grandes alterações e aos que possuem queimadores superiores, pois são importantes para gratinar), uma coifa grande e eficiente, além de um conjunto de facas mantidas sempre bem afiadas, geladeira com compartimento para refrigerados e congelados separados (se possível adquira um modelo que possua dispenser de gelo e água), e outros eletrodomésticos encontram-se à disposição do chef.

Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima

Em reportagem dada exclusivamente a revista Veja, Regina Pardini (39 anos, médica), conta sua experiência ao executar uma cozinha gourmet com menos dinheiro.


Há quanto tempo possui uma cozinha gourmet?
R: dois anos.

Luxo que compensa, segundo a usuária.
R: o piso de mármore prensado – "fácil de limpar e com eterna aparência de limpo".

O que se arrependeu de colocar em sua cozinha?
R: uma TV de alta definição – “não usei mais do que duas vezes”.

Sugestão para os novatos
R: reunir os utensílios e aparelhos numa única bancada – "Espalhá-los com propósito decorativo atrapalha na hora de cozinhar".

Abaixo, seguem algumas orientações de arquitetos sobre como economizar ao executar uma cozinha gourmet:

1. ARMÁRIOS TRANSPARENTES :

Como é mais comum: móvel com portas de vidro deslizantes.
Preço do armário novo: a partir de 1500 reais
Sugestão dos especialistas para economizar: usar grades de metal – elas também se prestam a exibir e organizar os utensílios.
Preço da reforma: a partir de 500 reais

2. PAREDE SEM AZULEJOS PARA HARMONIZAR COM A SALA

Como é mais comum: utilizar materiais nobres e fáceis de limpar, como porcelanato e granito
Preço da parede nova (por metro quadrado): de 60 à 300 reais (porcelanato) a 200 à 800 reais (granito)
Sugestão dos especialistas para economizar: usar tinta acrílica nas paredes mais distantes do fogão e da pia – o efeito produzido é semelhante ao dos materiais mais caros
Preço da reforma (por metro quadrado): a partir de 150 reais.

3. BANCADA PARA PREPARAR A COMIDA E REUNIR OS AMIGOS

Como é mais comum: situá-la no centro da cozinha e a ela acrescentar armários de correr e banquetas
Preço da bancada nova: de 1000 à 10.000 reais
Sugestão dos especialistas para economizar: derrubar a metade da parede que separa a cozinha da sala e aproveitar o restante da estrutura para servir de apoio à bancada – recomenda-se que ela fique a 90 centímetros do chão
Preço da reforma: 1500 reais (com tampo de granito).

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre Cores

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explica sobre o significado psicológico das cores.

Até a época vitoriana, as paletas de cores eram utilizadas com muita cautela pelos designers de interiores, sofrendo um desenvolvimento lento e gradual, tanto em relação às cores na arquitetura, como na confecção de roupas e design de produtos. Porém, com a explosão das indústrias, do comércio mundial, e do rico repertório adquirido através de viagens e riquezas pessoais, arquitetos e designers passaram a colorir mais os ambientes, proporcionando experiências interessantes para os usuários.




                                        Fonte: http://www.violetdesigns.co.uk/

Segundo FARINA, a cor vermelha nos traz referência com a alimentação, assim como com energia e fluxo (sangue), além de acolhimento (fraternidade). Por ser uma cor que interfere em nosso sistema nervoso, é comum os usuários sentirem-se excitados e atraídos. É signo de força, energia, emoção, vitalidade, impacto, avidez, sensualidade. Na arquitetura deve ser utilizado com cautela, pois quando aplicado em grandes áreas, o vermelho pode causar estresse, irritação ou até mesmo claustrofobia. Estudos psicológicos ainda afirmam que, o vermelho pode estimular a agressividade e causar discussões fervorosas!












A cor laranja tem origem na Índia e é considerada uma cor que possui aroma. Segundo a psicologia, laranja é uma cor que estimula os usuários a se despertar para seus potenciais, defender seus pontos de vista e adquirir confiança. É signo de criatividade, transformação, divertimento, humor, otimismo e aconchego. Deve ser utilizada com cuidado em usuários que se estressam ou agitam facilmente.





















O amarelo é uma cor quente e expansiva, ligada ao brilho do sol, trazendo alegria, espontaneidade, poder, dinamismo e impulsividade. Matizes puros e vivos dessa cor devem ser evitados em ambientes pequenos, pois podem estimular demais nosso cérebro e causar irritação. A cor amarela é freqüentemente utilizada em quartos infantis, por simbolizar felicidade, iluminação e divertimento.




















O verde é a cor do equilíbrio, da tranqüilidade, da harmonia e da fertilidade. É um sedativo que dilata os vasos capilares e tem efeito de reduzir a pressão sanguínea, por isso é muito utilizado em ambientes de relaxamento. Em alguns casos, a cor resolve problemas de fatiga nervosa e insônia. O verde sugere umidade, calma, frescor, esperança, amizade, além de todas as ligações com a natureza e ecologia. Quando utilizado em locais mais dinâmicos, associe-o com sua cor complementar: laranja.


















Segundo PASTOUREAU E HELLER, a cor azul é a preferida por mais da metade da população ocidental por referir-se à simpatia, harmonia, amizade e confiança. Azul é a cor do mar, do céu, do divino, do eterno e justamente por ter ligação com o infinito, causa uma sensação de abertura, expansão. É muito recomendada para locais de descanso, pois favorece atividades intelectuais e meditação.



















Violeta é diminutivo do provençal antigo viola. Quando utilizado em tons claros favorece a atmosfera suave e feminina, além de ajudar na auto-estima, tranqüilizar e refrescar. Em tons escuros simboliza misticismo, sofisticação. Porém, deve ser usado com cautela, pois tons fortes podem deprimir e levar os usuários à introspecção. Na arquitetura, deve ser evitado em ambientes onde se realizem atividades que exijam dinamismo.

















Ao marrom se associa a cor da terra, da fecundidade. É signo de natural, repouso, e por ser considerado um tom neutro, não cansa a vista. Essa cor deixa os ambientes com uma atmosfera requintada e elegante, além de ser ótimo para ser utilizado como “pano de fundo” de uma composição e destacar elementos ou peças interessantes.




















Apesar de não ser considerado propriamente uma cor, o branco promove uma atmosfera de limpeza, simplicidade e higiene. Na cultura ocidental simboliza a vida, o bem, a pureza, a virgindade, a inocência e a paz. Já para os orientais, o branco é a morte, o fim, o medo, o nada. Na arquitetura é muito utilizada para ampliar espaços e aumentar distâncias. Por ser considerada a “cor” do vazio interior, da carência afetiva e da solidão, a Organização Mundial de Saúde para as Instituições Hospitalares não recomenda que as paredes dos ambulatórios e os quartos dos internos sejam totalmente brancos, pois a exposição prolongada dos usuários em ambientes totalmente brancos tende a acentuar neles caracteres esquizóides.




















O preto é a ausência de luz e também não é considerado uma cor. Vem do latim niger (escuro, preto, negro). Pode ter conotação de nobreza, seriedade, elegância, sofisticação, excentricidade, como também é signo de depressão, renúncia, entrega, abandono, introspecção, tristeza. Na arquitetura o preto ajuda a criar contrastes para dramatizar e realçar a saturação de outras cores.

















Como visto, as cores constituem-se de estímulos psicológicos para a sensibilidade do homem, fazendo com que cada experiência transforme-se em associações agradáveis ou não, influindo também na preferência de cada um.