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Umuarama, Paraná, Brazil
Arquiteta Especialista em Design de Interiores, apaixonada por arquitetura, arte, moda, música, design e cinema. É parte integrante do Corpo Docente da UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE, no curso de Arquitetura e Urbanismo. Seu escritório está localizado na Av. Maringá, 5046 - Edifício Ravel Tower, na cidade de Umuarama, no Paraná. A arquiteta prima por projetos sofisticados, exclusivos e adaptados às mais diversas necessidades de seus clientes.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre pisos de pedras

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini discute sobre a beleza natural dos pisos de pedras.

Nobreza, resistência e elegância são três adjetivos que traduzem algumas das características dos pisos de pedras, como granitos e mármores.



Esses tipos de pisos ou revestimentos chamam a atenção dos usuários pela diversidade de tipos e de cores disponíveis na própria natureza: os tons mais claros trazem luminosidade, delicadeza e amplitude, enquanto os mais escuros proporcionam ambientes mais austeros, esmeros e elegantes.


Na maioria dos casos, a indicação da cor, da composição, da textura e da própria estrutura dos pisos naturais se dá de acordo com cada ambiente, com sua proporção, com o tipo de mobiliário empregado, com o estilo arquitetônico adotado e com a adequada preferência do usuário. Porém, normalmente os pisos mais escuros são utilizados para grandes metragens, e os mais claros não possuem nenhuma restrição, podendo ser assentado em pequenos, médios ou grandes ambientes.


Segundo a pesquisadora Maria Heloísa Frasca, do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo (IPT), o consumidor deve ter consciência que os lotes de uma mesma rocha podem variar de tom, e existe quem adote as pedras naturais justamente por esse motivo. Portanto, a própria pessoa é quem tem que saber qual é seu nível de exigência em relação a isso.



Devido à variedade no seu uso, as pedras naturais são convencionalmente divididas em rústicas e ornamentais. A diferença básica entre elas dá-se devido ao corte mais irregular, no caso das rústicas, enquanto as ornamentais normalmente são polidas e podem receber diferentes tipos de acabamentos.



No grupo de pedras rústicas incluem-se os quartzitos, como a pedra mineira e a goiás. Essas pedras são muito utilizadas nas áreas externas, pois são versáteis, não escorregam e esquentam pouco.


Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Caio Peres

A ardósia é outro exemplo de pedra rústica, mas por ser escura, absorve muito calor e deve ser evitada em locais ensolarados. Já o segundo grupo (mármores e granitos) encaixa-se perfeitamente pra quem busca requinte. Os mármores enobrecem os espaços ditos como sociais: hall de entrada, salas e banheiros, porém deve-se ter um cuidado porque esse tipo de material é muito sensível ao desgaste e às intempéries, não sendo recomendado para áreas externas ou locais de alto tráfego. Fique atento, pois por serem porosos e absorventes, os mármores podem manchar com o acúmulo de água.


Os granitos são mais duros e resistentes e contam com a presença constante em banheiros e cozinhas, podendo ser utilizado também à beira da piscina, desde que receba um acabamento flameado ou levigado para ficar anti-derrapante. No quesito dimensão, os granitos proporcionam uma liberdade enorme, podendo ser recortado em pequenas peças para fazer detalhes (tozetos) ou ser assentado em grandes dimensões (placas). Essas dimensões proporcionam maior ou menor perda, conforme o tamanho da rocha adquirida. Verifique com seu arquiteto qual a melhor dimensão para que seu ambiente evite perdas excessivas.



As rochas ornamentais podem variar de visual e receber diversos tipos de acabamentos, que são responsáveis pela textura final da superfície do material. Existem aqueles que dão um efeito mais brilhante e outros mais rugosos, mas para escolher, considere tanto o aspecto da peça, como a indicação do arquiteto ou do fornecedor do produto para seu uso.

• Polido: depois de lixada com produtos abrasivos, a pedra é lustrada com produtos químicos e produz um efeito liso e brilhante, tornando-se escorregadio em contato com a água ou outros líquidos. Tanto o mármore quanto o granito aceitam esse acabamento.




• Flameado: feito a base de fogo, dá um aspecto rugoso, irregular e ondulado. É indicado somente para granitos com espessura igual ou superior a 2,0 cm, sendo mais apropriado para granitos verde escuro ou preto. Por possuir propriedades antiderrapantes, podem ser utilizados em áreas externas.



• Levigado: a pedra ganha um efeito rústico, semi-polido, graças ao lixamento com abrasivos, tornando-se antiderrapante. É usado tanto em mármores e granitos e é adequado para áreas internas e externas.


• Jateado: mantém a superfície levemente desgastada por jatos de areia, produzindo um aspecto opaco às pedras. É indicado para áreas externas, podendo ser aplicado tanto em mármores como granitos.


• Apicoado: feito a partir de impactos, os pequenos furinhos feitos sobre a chapa com martelo e ponteira deixam granitos e mármores antiderrapantes, sendo indicado apenas para os que possuem espessura acima de 2,5cm e em áreas externas.



• Bruto: sem nenhum tipo de acabamento, se apresenta com as características naturais. É serrado nas dimensões e espessuras usuais ou sob encomenda.



A instalação das pedras naturais deve ser programada e planejada, de modo a analisar o lote comprado e misturar as diferentes tonalidades, harmonizando a composição e deixando o piso com aparência mais uniforme. O assentamento realizado sobre contrapiso seco e nivelado utiliza argamassas colantes ou feitas na obra com o mínimo de água possível. Se o ambiente for térreo, o cuidado com a impermeabilização deve ser redobrado para que o piso não manche. É comum utilizar produtos que protejam as peças antes das mesmas serem instaladas.



O rejuntamento é outro item que exige atenção e deve ser realizado por profissionais qualificados, que trabalhem sem deixar muitos resíduos para a limpeza a ser realizada após o término da obra. Assim que o serviço for concluído, os excessos de massa devem ser retirados com espátulas de madeira ou plástico. Enquanto a obra estiver em andamento recomenda-se proteger o piso com plástico e pó de gesso. Logo depois de instalado, os fornecedores indicam a aplicação de impermeabilizantes.



Porém, a pesquisadora do IPT recomenda paciência, pois se a pedra já recebeu resina antes de ser instalada, o produto não vai aderir. A recomendação então fica por conta de 3 a 6 meses de espera antes de tomar qualquer tipo de providência quanto a impermeabilização.


 
A manutenção dos pisos ornamentais polidos deve ser feita com o uso de vassouras macias (no máximo piaçava) e se for o caso, uma lavagem com água e sabão neutro também pode resolver. Porém, é preciso secar bem o piso após a lavagem! Se com o tempo as pedras perderem o brilho, uma solução é chamar empresas especializadas para uma seção de desbaste e repolimento.
 
 
 
Como os pisos rústicos têm mais rugosidade e acumulam mais sujeira, a limpeza deve ser feita com a vassoura de piaçava e a água também está liberada, mas não utilize esponjas abrasivas, produtos a base de amoníaco ou ácido, nem mesmo sabão em pó.


Projeto: Arquiteta Michelle Faura Ferrarini
Foto: Tiago Lima

A durabilidade está associada às condições do ambiente. Em locais mais poluídos, a chuva ácida “gasta” o brilho das pedras mais depressa. Uma boa pedida para os ambientes internos é utilizar tapetes estrategicamente localizados, somando assim vida útil ao seu piso.



E, por fim desista desse tipo de piso se você é um usuário que não gosta do contato com o piso frio, pois as pedras ornamentais não são muito aconchegantes em relação ao toque.

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