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Umuarama, Paraná, Brazil
Arquiteta Especialista em Design de Interiores, apaixonada por arquitetura, arte, moda, música, design e cinema. É parte integrante do Corpo Docente da UNIPAR - UNIVERSIDADE PARANAENSE, no curso de Arquitetura e Urbanismo. Seu escritório está localizado na Av. Maringá, 5046 - Edifício Ravel Tower, na cidade de Umuarama, no Paraná. A arquiteta prima por projetos sofisticados, exclusivos e adaptados às mais diversas necessidades de seus clientes.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Arquitetura e Decoração: Artigo da Arquiteta Michelle Faura Ferrarini sobre apartamentos

Neste artigo, a Arquiteta Michelle Faura Ferrarini explica sobre o surgimento dos apartamentos residenciais.


De acordo com o livro Espacios Pequeños “no início do século XIX, a migração massiva do campo para as cidades provocada pela industrialização deu lugar a uma mudança radical no estilo de vida da população”, surgindo assim as pequenas habitações residenciais.




Mas somente a partir dos anos 20, surge no Brasil (com uma rejeição inicial) uma nova forma de morar: os edifícios de apartamentos. Deste modo, edificações de vários pavimentos, com algumas unidades por andar, começavam a aparecer nas grandes cidades devido ao positivo desenvolvimento econômico.



Segundo Reis Filho estas possibilidades foram advindas do aperfeiçoamento das estruturas de concreto armado e da mecanização dos transportes verticais (elevadores), contudo, esta verticalização seria aceita com relutância, pois os edifícios eram considerados cortiços verticais.



Nos anos 30, poucas modificações aparecem e o uso das habitações verticais multifamiliares (edifícios de apartamentos) se torna muito comum, necessitando agora da presença do elevador.



Ao longo dos anos 40, o edifício de apartamentos passou a se popularizar incorporando-se ao modo de vida da população, abrigando principalmente a classe média e baixa.


Já na década de 50 surgem os grandes conjuntos habitacionais, servindo de moradia principalmente a classe menos abastada. Nesse aspecto, pode-se considerar que até os anos 60 pouco se alterou ou inovou o modo de morar da população.



Na década de 70, os edifícios são grandes construções de muitos andares e tomam lugar definitivo nos grandes centros. A especulação imobiliária expõe condomínios e edifícios habitacionais dotados de toda proteção para que os de fora não se habilitem a entrar e os de dentro não sejam incentivados a sair. A qualidade de vida, entretanto, é apenas insinuada e não realizada (Veríssimo & Bittar, 1999).



Apesar de toda evolução por parte dos materiais e do modo de vida da população, somente nos anos 80 e 90 temas como segurança, conforto e lazer se tornam importantes. “Assiste-se ainda a expansão dos Flats, onde o usuário só teria o trabalho de ir e vir. As funções acumuladas incorporam mais uma: o trabalhar em casa, realizada por profissionais liberais e prestadores de serviços, que utilizam um novo protagonista, presente cada vez mais no cotidiano das pessoas: o microcomputador.” (Costa, Maciel, Montes, Martins e Soares, 2003).


Nos anos 90, com a criação do sistema de condomínios, os usuários passam a administrar o edifício juntamente com uma empresa construtora e podem interferir no projeto, remodelando o espaço para melhor adequá-lo às suas necessidades, evitando reformas com alterações de alvenaria, transtornos e desperdícios de materiais.


Atualmente o conceito de apartamentos com dimensões reduzidas tornam-se muitas vezes a única opção para várias pessoas, seja pelo alto custo do metro quadrado de uma construção ou simplesmente pela necessidade de habitar no centro das cidades, próximo aos locais de trabalho, passeio e cultura.



Porém, segundo a pesquisa de Costa, Maciel, Monte, Martins e Soares “o dimensionamento dos espaços habitacionais tem sido tão sacrificado que, muitas vezes, atingem proporções prejudiciais ao desenvolvimento das funções às quais se destinam.” E, isso pode ser facilmente comprovado ao adquirir um “apertamento”, pois hoje, os apartamentos estão tão pequenos que chegam a interferir nas funções realizadas.


Para tanto é necessário otimizar e aproveitar os espaços ao máximo. “A otimização dos espaços, através do bom arranjo físico, é a contribuição mais viável para as questões relacionadas às restrições de uso real. Porém, o usuário sozinho nem sempre é capaz de adequar o mobiliário e os equipamentos sem comprometer sua usabilidade e a funcionalidade dos ambientes,” afirmam os autores acima citados.


Nesta tarefa de propor um melhor arranjo físico, disposição e organização espacial do mobiliário a fim de melhorar e facilitar as atividades domésticas, é que entra o trabalho do arquiteto. Além disso, um profissional da área de arquitetura também busca adequar os materiais, permitindo um maior conforto e comodidade, projetando de forma a afetar positivamente a produtividade dos usuários e de sua vida.


Outro aspecto interessante relacionado ao trabalho do arquiteto é uma avaliação que o profissional pode fazer ao usuário na compra de um imóvel, já que muitas vezes as pessoas não percebem se a habitação adquirida irá suprir às suas necessidades ou de sua família.


É muito comum, por exemplo, em apartamentos pequenos os usuários imaginarem que realizaram um mau negócio quando começam a distribuir o mobiliário pelo local. Porém, com o auxílio de um arquiteto as pessoas podem descobrir o prazer de habitar em um local bem projetado, mesmo que com dimensões reduzidas.

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